14h28
Sabe, assim... Me acostumei a não sonhar alto, depois que caí pela primeira vez. Fiquei presa entre os galhos de uma árvore seca, sempre achando que o céu poderia ser maior. Quando escorreguei, em uma imagem qualquer de um futuro azulado, perdi minhas cores, em queda livre, sobre os espinhos me atirei. Agora não parece tão difícil olhar pra frente, tanto que olho, pra um caminho vazio, sem sombras nem flores de plástico. Não me machuco com qualquer ilusão que se projete, mas sofro com tudo que comprometa a minha visão: olhar pra trás, música que se esfumaça sobre mim, recordar meus sonhos rasgados, que nem papel, despedaçados se levam pelo vento, vento que seca minhas lágrimas, meu medo, se joga contra meu corpo, me toca suavemente, balança minhas formas, contorna minhas curvas, me lembra que estou viva, ainda que pareça o contrário.
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