sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Nina

O Sol se põe
E a Lua que vem é cheia
Lá se vão sonhos concretos
Sonhos vazios
Futilidades
Necessidades
Amigos e amores ébrios
O Sol se põe
A Lua que vem é cheia
Toda música se cala
Com sabor de naftalina
O som é sempre áspero
Amargo
O rubro vinho doce
É crespo
De uma safra incendiada em 68
Nina
Pequena
Grande
Livre de corpo e alma
Alma cheia
Lua cheia
Mas o Sol estava oco
Vazio quando se pôs
Ela gritou
Exorcizou seu próprio corpo
Para deixar livre sua alma
Sacrificou sua própria mente
Para ver livre o seu povo
Assassinou os próprios sonhos
Para que a música fosse livre
E quando fugiu de seus fantasmas
Nem a paz
Nem o amor
A permitiram ser feliz
Porque não era ela
Ela não era o pôr do Sol
Muito menos a Lua cheia
Já estava vazia de tudo
De amor
De felicidade
De sanidade
De liberdade
Só queria ser
O que sempre foi
Um novo amanhecer
E para isso
O Sol precisava se por
A Lua precisava se encher
Para que ela pudesse nascer.

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