Ela disse que seria feliz.
E a vida seguiu, caminhos a caminhar, diversas possibilidades, cada qual com seu preço.
E diferente das revistas japonesas que costumava ler, ninguém realizaria seu desejo em troca de algo de equivalente valor.
Não era mágica e o valor era sempre mais caro.
Ela não tinha medo de quase nada, porque nunca prestou atenção no que podia lhe causar medo.
Desde que nasceu ouvia falar nessa briga, desde pequena não entendeu porque devia odiar os outros, nunca fizeram questão de explicar, só disseram que era em nome de Deus.
Ela, tão pequena, custou a acreditar que o mesmo Deus o qual deveriam ser gratos seria o deus que alegavam causar toda aquela guerra.
Não, Deus, pra ela, era outra coisa.
Ela pensava em tudo isso, enquanto aqueles homens a seguravam, como se não fosse capaz de sentir, e invadiam seu corpo.
Já ela, pensava nisso tudo, enquanto perdia a audição com o som das bombas, com o cheiro de sangue, enquanto seu coraçãozinho parava de bater.
As duas só lembravam daquela estranha pergunta que lhe fizeram quando ainda mal podiam falar:
O que vai ser quando crescer?
Sem pensar muito, sem prever o futuro, responderam:
Serei feliz.
23/07/2014
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