segunda-feira, 13 de maio de 2013

Vergonha

É gente demais.
Gente querendo bênção de estranhos pra amar quem ama, ser o que é, achando que a força do "curtir" é igual a força de um abraço.
Gente tatuando nomes no corpo, gritando pra todo mundo ouvir que o amor, blablabla e o amor, é amor, é amor, amor, amor...
Gente esfregando na cara da sociedade o que é, mesmo pra quem não faz diferença saber.
Não julgo o sentimento que aflora na pele,que grita sem parar, mas sou fan mesmo do que acontece aqui dentro, quando não tem ninguém por perto.
O amor já deu. Já foi. Já saturou. Não aguento mais ouvir falar no amor.
Todo mundo ama todo mundo.
Todo mundo ama muito todo mundo;
E ama todas as coisas.
E todas as pessoas.
E animais.
E tudo e tal.
É muita gente.
Muita gente amando alto demais.
Fácil demais.
Complicado demais.
É muito amor.
E sabe do que mais?
Chega desse amor.
Desse que toca na boate
No carro de som
Na vinheta do político.
Desse que bate na porta
Que faz postagem na linha do tempo
Que marca o amor
Desse que sabe tudo
E por isso ama
Desse que não sabe nada
E mesmo assim ama
Já deu o amor
Durante o dia, mais forte que o Sol
Durante a insônia, mais profundo que a madrugada
Gente demais.
Eu gosto mesmo é daquilo que a gente sente
Quando falta luz
E estou sozinho em casa
E não tem o nome dela escrito em lugar nenhum
Nem o rosto dela estampado em lugar nenhum
E eu sorrio no escuro
Sozinho
Sem ter ninguém olhando
E sussurro comigo mesmo
Sem mexer os lábios
Sem desonrar o silêncio
Com os olhos fechados
Ainda que tudo esteja escuro
_ Um sonho onde a gente é feliz.
Sem comentar.
Sem curtir.
Sem postar pra todo mundo.
Nem gritar pra todo mundo.

Sem me importar com todo mundo.

Porque todo mundo não é ela.
E é ela.
Só ela
E eu sei o nome dela.
Sei sem querer
Sonhei sem querer
Então calei
Acalentei
Me apeguei
E todo mundo passou a ser apenas
Mais um.






Nenhum comentário:

Postar um comentário