Talvez, sonhando, Mani permaneceu inconsciente por sabe-se lá quanto tempo. Sentiu a batida na cabeça e, por isso, foi o primeiro lugar que apalpou, quando voltou a si.
— Já era hora – disse o fabricante de pé, segurando o boneco completamente pronto, incluindo um pequeno gorro feito da raiz de Ana.
— Eu desmaiei?
— Adormeceu, por pouco tempo, não se preocupe. Levante-se, você já descansou o suficiente.
A criança desentendida, com dificuldade, pôs-se de pé. Conferiu sua integridade física, constatando que não havia sangue em sua cabeça. Deu alguns passos para perto do fabricante e notou o pequeno chapéu de madeira na cabeça da marionete, decorado com três pedras da lua e com a frase que tanto o instigara.
— Isso é meu.
— Ainda é.
— Não danificou a inscrição? – disse se aproximando do fabricante, aborrecido.
— Não sonharia com isso – retrucou abaixando os braços, para pôr o boneco no chão.
A marionete pulou dos braços de Tispadis, como uma criança sapeca saindo do colo de seu pai para brincar, e correu em direção a Mani. O menino ficou estático quando o boneco ganhou vida.
— Não precisa ter medo – disse calmamente o fabricante.
— Está viva! – gaguejou a criança apavorada. — Naturalmente.
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