As lágrimas caíram
Sem eu sequer notar
Não deu pra perceber
O vazio tomando lugar
Corri pro hospital
A procura da promessa
Da cura da minha doença
É, minha filha, disse a enfermeira
Não há remédio pra o que te ataca o coração
E o que é, diaba?
O que assola o meu peito
Você não pode mais amar
Ainda rega alguns poucos sonhos
Mas eles estão sendo arrancados
Despetalados
E pisoteados pela desgraça ao seu redor
Sim, a desgraça
Gente maldita ou amaldiçoada
Gente que impede o ar de chegar aos seus pulmões
Gente que quer te sufocar
A solidão
Essas mudas secas que você insiste em regar
Te mantém viva
Mas esteja certa
Elas vão murchar
E se por acaso a horta de sonhos vingar
Você volte a respirar
E amar? Voltarei um dia
Não é fácil responder
Mas acredito ser mais fácil que o seu coração pereça
Não amar é só um sintoma
De um mal que vem de antes de você
Amar não é o problema
O problema é viver.
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