quinta-feira, 28 de julho de 2011

Back to Black

Para me manter afastada de qualquer timbre de voz que me lembre que Amy Winehouse não vai cantar outra vez...

Pensando em ressaltar mais uma vez porque ainda tenho problemas com Vinicius, tenho um flashback, antes do darkplace, pós vazio crônico que se configura quando do darkplace deixa de ser uma opção saudável. Anyway...

Estive pensando nas épocas em que eu caminhava pelas ruas tranquilas da bela Minas Gerais, carregando no peito um fardo de estar apaixonada por um ser abstrato, com o qual eu caminhava. Mochila nas costas, Whitney no último volume, bolsos vazios. Aquelas ruas me despertavam sonhos antigos de continuar sem precisar voltar, sem olhar para trás, sem ter onde chegar. Aquele caminho me confortava, porque o destino era previsível, e o caminho era inacreditável, não pelas pedras no chão, ou as casas na calçada, mas pelo que acontecia naquela passagem.

E a voz da Whitney nunca me impediu de ouvir o som dos pássaros cantando, de ouvir outras vozes, e naquela época Salute não era uma opção. Lembro de entender que a vida sorria, não pela poesia que não merecia viver, mas somente pela música, só a música. Eu sabia o que eu carregava. Eu sei o nome que está gravado na minha aliança. E quando eu chamava tudo de poema, quando me disseram que eu não sabia chorar, quando eu parei de trocar melodias por pessoas. Anyway...

De volta ao presente, e o que resta? O caminho já não passa por aqui, a mochila é indiferente, o fardo é o mesmo, a Whitney continua no último volume. Os pássaros ainda cantam, Salute muda o sabor do dia. E nada disso me importa, porque é apenas mais uma manhã em que eu tento fugir, tento esquecer, tento aceitar o fato de que a Amy não vai voltar a cantar.... "Memories always start 'round midnight I haven't got the heart to stand those memories, so when, when my heart is still with you. So let our heart take wing, let the angels sing for your returnin' to our love is safe and sound and though midnight comes around there's a feel of shed and it really is bad".

AMY WINEHOUSE† - 1983 - 2011 

Um comentário:

  1. Mas o que há de errado com o fim? Se as princesas vivem felizes para sempre, felizes elas sempre serão. Se as bruxas morrerem sem arrependimentos, poucos na aldeia terão compaixão assim como eu de tentar imaginar a sua infância. O fim deixa só as marcas do presente. Amy foi diferente apesar de sabermos que ela voltou pro luto,seria um problema e não seria boa, e a princípio diria não a reabilitação, mal sabia ela que todo o mundo repetiría essas palavras e não veria a bruxa e sim a verdadeira princesa que canta o que sente aos ares puros do castelo.

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